A depressão que na ultima cronica deixamos assinalada pela sua passagem nos Açores, deu lugar a que o mau tempo no nosso pais continuasse a fazer-se sentir com mais ou menos violencia e com bastantes chuvas. Só a 12, com o aparecimento dum forte anticiclone na Islandia, com tendencia a estender-se para o sul é que o tempo começou a dar sinal duma melhoria que se foi acentuando ao passo que aquele anticiclone abrangendo as Ilhas Britanicas e França. E assim, a 14, depois de dois dias de tempo instavel pode ser anunciado o bom tempo porque todos desejavamos e que na realidade apareceu, dando-nos com uma grande baixa de temperatura uns dias a que os ingleses “Glorious days”.

Infelizmente foi sol de pouca dura, como em propriedade neste caso se pode dizer.

O anticiclone que, deslocando-se para o sul tinha ja atingido a Peninsula é no dia 16 atacado por uma forte depressão vinda do Atlantico que o obrigou a ceder e a deslocar-se para leste. A seguir a esta depressão veio outra que bem podia ser uma secundaria da primeira que, passando pelos Açores e a Madeira, veio atingir a Peninsula, destruindo por completo o anticiclone e dando-nos o mau tempo que estamos sentindo ao escrever esta cronica e que ontem foi previsto mandando-se içar os respectivos sinais anunciadores.

O inverno vai rigoroso o que desagrada a todos pois ninguem desse facto tira proveito o que pode ser atribuido ao trajecto das depressões vindas do Atlantico estarem este ano a passar muito mais ao sul do que é vulgar e assim, nesta primeira parte do inverno nós temos tido um predominio de ventos sueste e sul fortes que não é costume

Ao fechar esta cronica anuncia-se nos Açores uma baixa que nos vem tirar a esperança de uma volta rapida do bom tempo.  

J. Correia Ferreira

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