Texto da entrada (ID.3654)
Texto sobre o medo, com episódios históricos exemplificativos e 8 desenhos ilustrativos.
O autor constata que o medo é uma doença:
“De facto, é uma doença, cujos symptomas se podem constatar e cujos progressos se podem seguir no organismo, como os da febre typhoide ou os da peste. É directamente sobre os nervos que se faz sentir a acção do medo; depois, por seu intermedio, todas as nossas faculdades são attingidas, a principiar pela do movimento. De umas vezes, o medo excita os nervos a tal extremo, que nos obriga a correr e a fugir; de outras vezes, pelo contrario, agita-os com tremores convulsivos, paralysando-nos. Ao mesmo tempo os vasos capilares que conduem o sangue á epiderme contrahem-se ou dilatam-se. Vê-se então o rosto empallidecer ou ruborisar-se. Os nervos deixam de dominar no coração, cujas palpitações se acceleram com as de um relogio louco. (...) Os nervos do apparelho respiratorio e os dos orgãos vocaes são impressionados como os do coração. Juntae a isso as contracções musculares da face, o rictus do pavor, o olhar desvairado ou a immobilidade e o estupor cadavericos e tereis abrangido todo o quadro symptomatico do medo.”
Conta casos singulares e extraordinários de medo.
“A medicina organisou a lista d’estes medos doentios e classificou-os com o nome generico de phobias. Uma das mais communs é o medo das trovoadas. (...)”
E relata uma ´serie de medos específicos mais comuns.
“Mas o que póde surpreender o leitor é a revelação de que o medo é um agente therapeutico energico, de que o medo póde também ser benéfico. Frequentemente, os medicos recorrem á ameaça para deter os progressos de varias doenças nervosas. Boerhaave curou uma epidemia pelo terror. (...)”
“O exercicio physico fortifica o corpo e domestica-lhe os impulsos, tornando-o docil e obediente ás prdens imperiosas da intelligencia. Mas a educação physica, como preservativo do medo, não basta. (...)”
“O medo é a indicação, quase sempre segura, de um desequelibrio nervoso, por isso mesmo curavel. (...) O medo cura-se. Mais ainda: o medo evita-se.”
Referência bibliográfica
n. id. - "O medo é uma doença?"
in Illustração Portugueza
de 14 de Janeiro de 1907, nº. 47-2s, p. 46-51 (páginas completas). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3654.
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