Texto sobre os métodos de debulha tradicionais, numa reportagem etnográfica sobre os métodos e costumes antigos, em vias de serem substituídos pelos processos mecânicos, num tom de registo e algum saudosismo.

“Fixemos, antes que desappareçam, os antigos processos, quasi mythologicos, das nossas primitivas debulhas, que a machina moderna – Minotauro da civilisação – vae afugentando das nossas eiras com todo o pitoresco das cousas ingenuas, naturaes e campesinas.

Antes que o ruido irritante da veifeira mechanica e da debulhadora afoguem de todo as cantigas das cahopas e os gritos alegres e fortes dos conductores do gado girando sobre as louras paveias, photographemos para um capitulo da etnographia nacional a velha debulha moribunda.

A descripção será desprovida de litteratura. Os leitores com a visão das suas provincias é que hão de vestil-a, dar-lhe a côr e o movimento do povo e da paizagem que os seus olhos melhor conheçam e o seu coração mais queira.

A technica da debulha é primitiva e incommoda para homens e para gado.” [descreve o processo] (...)

Texto e fotografias de D. Luiz de Castro