Texto da entrada (ID.3694)
“Não abundam em Portugal as grandes explorações mineiras. Paiz essencialmente agricola, com vastos campos feracissimos onde podem florescer todas as culturas, os estabelecimentos industriaes são entre nós qualquer cousa semelhante a essas flôres exoticas que só vivem em terra estranha á força de carinhos desvelados, que só frctificam á luz d’este sol peninsular qu enos enerva á custa dos maiores esforços e muitas vezes de sacrifícios sem conta. Todavia, a essa regra geral, podem contrapôr-se excepções realmente brilhantes, e, se outras não houvesse, bastaria a mina de S. Domingos para apregoar bem alto que, sempre que uma empreza industrial tem a dirigil-a homens praticos e conhecedores do seu officio, essa empreza prospera e progride constantemente, desentranhando-se em fructos magnificos que pagam, com juros elevados, a energia e a tenacidade dispendidas para a fazer produzir o mais que fôr possivel. A mina de S. Domingos foi aberta há cerca de 50 annos. (...)
Toda a riqueza que se palpa em S. Domingos assenta, porém, sonre uma base falsa: a productividade da mina. E sendo assim não será licito perguntar que fim levará tudo o que os nossos olhos admiram n’essa serrania perdida n’um recanto do baixo Alemtejo, quando da mina sair o ultimo bloco de pyrite, quando o ventre do monstro de esgotar?”




Referência bibliográfica
Adelino Mendes - "O Cobre em Portugal, A Mina de S. Domingos"
in Illustração Portugueza
de 7 de Outubro de 1907, nº. 85-2s, p. 457-462 (páginas completas). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3694.
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