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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.3709)

Texto sobre o trabalho desenvolvido no lactário de Lisboa, com relato da atividade do seu diretor clínico Dr. Jorge Cid e sobre a fundação da Associação Protectora da Primeira Infancia, em 1901.

Faz uma síntese da atividade do primeiro lactário aberto em Lisboa, junto a Alfama, que distribuiu no seu primeiro ano de atividade (1903-1904) 19 mil litros de leite e no ano seguinte 23 mil. Para além da distribuição de leite produzido com controlo sanitário, esterilizado, o Lactário oferecia consultas médicas diárias para as crianças e ainda medicamentos às mães que não os pudessem comprar e tinha uma instalação balnear para higiene das crianças. Por vezes, fornecia ainda roupas às crianças. Situado no Largo do Museu de Artilharia, o primeiro Lactário de Lisboa foi visitado pelos médicos e higienistas estrangeiros que, em 1906, ocorreu em Lisboa. Referência e fotografias das creadeiras para prematuras, estufas que eram uma inovação em Portugal.

O Número de consultas excede as 2.000 por ano, para além das visitas domiciliárias.

A Associação Protectora da Primeira Infância contava com c. 2000 sócios.

O leite era fornecido por vacas ali existentes, em ótimas condições conforme comprovado por ocasião do Congresso Nacional de Leitaria e de Olivicultura, em maio de 1905, cujos agrónomos, veterinários e agricultores participantes visitaram o Lactário.

Realça a importância do Lactário para a diminuição da mortlaidade infantil, dando o exemplo de França que, em 1896-1897, tinha uma mortalidade de c. 10% de mortes por enterite, sendo que nas crianças apoiadas pelos lactários essa mortalidade era de c. 3% e, dois anos mais tarde, de 1%.

Para realçar a qualidade deste serviço, refere e cita os elogios dados por

 

“As installações satisfazem todos plenamente, e de todos os recursos necessarios ao seu fim está provido suficientemente o Lactario de Lisboa, conforme o conheceram, da maneira mais lisongeira, os medicos e hygienistas estrangeiros, que, por occasião do ultimo Congresso de Medicina, visitaram o estabelecimento. É com legitimo prazer e ufania que a direcçregista este·valioso testemunho. em uma pagina do seu ultimo relatorio, pelos seguintes termos:

«Impossivel registar as impressões e phrases de louvor que ouvimos a muitos dos congressistas; no entanto não devemos deixar de referir as de Mrs. Harrich Alexander, medica em Chicago. Como se sabe, é este um do paizes onde as questões do aleitamento artificialmerecem a mais acurada graças á orientaçao das entidades officiaes e philantropia da iniciativa privada. Pois bem. No dizer, que nos pareceu bem sincero, desta illustre aprofissional americana, se outras obras da indole da nossa conhece, que com ella se não podem comparar pela largueza dos beneficios dispensados, pois estendem a milhares de crianças os soccorros diarios, nenhuma, porém, lhe deixa melhores impressões que a de Lisboa, pelo conjuncto dos serviços e principalmente pela estabulação das vaccas. Em todas as Gotas de Leite que visitára, em nenhuma encontrára tal installação, que julga de importancia capital; embora na America o leite utilisado pelas instituições philantropicas offereça todas as garantias (leite certificado), no emtanto o systema de manter as vaccas por conta propria e debaixo da fiscalização immediata dos technicos e da administração merece-lhe particular sympathia.»

Os autoclaves para a esterilisação do leite e apparelhos mechanicos para a lavagem das garrafas constituem o materíal fundamental dos lactarios. No de Lisboa ha, além desse, creadeiras para as creanças nascidas antes de tempo, que ainda não tiveram, porém, ensejo de funccionar.”

O texto inclui 44 fotografias de Benoliel, a maioria de crianças, duas do Dr. Jorge Cid em consulta e uma da creadeira.

 

A capa da IP é uma fotografia do Dr. Jorge Cid auscultando uma criança:

Dr. Jorge Cid

Lactário de Lisboa

Lactário de Lisboa

Lactário de Lisboa

Lactário de Lisboa


Referência bibliográfica

Benoliel fotografias - "Lactario de Lisboa" in Illustração Portugueza de 16 de Dezembro de 1907, nº. 95-2s, p. 781 - 789 (páginas completas). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3709.



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