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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.3750)

Artigo sobre a revista em que se explicita que a capacidade de impressão da publicação é inferior à procura, e que para corresponder será necessária uma nova máquina de impressão, entretanto já encomendada.

“Este facto surprehendeu muitas pessoas, que conhecem menos intimamente a organisação de um jornal e que, além d’isso, não suppunham, porventura, que uma revista litreraria e artistica como é a Illustração Portugueza pudesse attingir no nosso meio, que tão avesso se mostrou sempre a todas as publicações de semelhante natureza, tão larga tiragem e venda como aquelle inesperado incidente veiu denunciar. [refere-se ao facto de terem ocorrido semanas antes conflitos entre vendedores, por falta de exemplares suficientes.”

Passa a explicar o que é a IP, como é feita, desde a redação dos artigos até à sua impressão e acabamento, anunciando o que virá a ser futuramente, com as alterações que vão ser introduzidas.

Abre com um desenho envolvendo uma fotografia de Benoliel reproduzindo um grupo de vendedores à espera da saída da revista, a que se seguem outras fotografias de vendedores, das áreas de produção e da importância da publicação, revelada, entre outros aspetos, pelo papel gasto nas impressões.

Secções do artigo:

“Um dos trabalhos de Hercules; Como se faz a «Illustração Portugueza»; A sua confeção Litteraria e Artistica”

Refere-se ao público como “...de modo a conquistarem o agrado transitorio de um publico caprichoso e de gostos tão diversos, como voluveis, é uma das emprezas que a mythologia classica attribuiria a Hercules, se a tivesse conhecido.”

A publicação tem necessidade de “(...) procurar a variedade, de achar novidades, para evitar a todo o transe que o paladar do leitor se embote, de acompanhar sem desfallescencias a actualidade, que absorve especialmente toda a curiosidade moderna.”

Refere a complexidade técnica da produção da publicação, nomeadamente “a nitidez” e o “cuidado artistico”.

Passa a contar como se faz a IP.

Inclui a atualidade, “A tributação conceptiva n’um atelier de artista, a lucta indomita com a imaginação e a fórma n’um gabinete de escriptor, a escrupulosa averiguação n’um laboratorio de sabio, a laboriosa actividade n’uma officina 8(...).”

Descreve o processo de produção semanal do jornal, nomeadamente a seleção dos temas, o espaço que ocupam, as ilustrações e fotografias que os integram.

Chapas, que somam um total de 8.640 por ano, com o tamanho 9x12, em média.

Da redação pasa à oficina de fotogravura.

Evitará “uma dissertação technica” sobre o processo de fotogravura.

Passa pelas diversas operações do processo.

Referências à tiragem e à mudança com a segunda série:

“Uma das maiores tiragens jornalisticas de Lisboa; De 6 a 12 mil exemplares; de 12 mil a 24 mil exemplares. [sutítulo/secção do artigo]

A Expansão progressivamente crescente da nossa revista, que se accentua em especial desde a transformação do formato realisada com a inauguração da segunda serie, constitue um facto saliente na historia do jornalismo nacional, segurament einteressante para os futuros bibliographos e que não deixará de offerecer tambem uma certa curiosidade para o publico, visto que a Illustração Portugueza é, presentemente, um dos dois ou três jornaes de Lisboa de mais avultada tiragem, excedendo, portanto, a de quasi todos os periodicos diarios da capital.

De facto, por mais extraordinario que isso possa parecer aos que desconhecem os bastidores jornalisticos, a maior parte das gazetas noticiosas de mais vasta circulação não chegam a attingir, apesar do seu preço de venda a dez réis, o nivel a que alcança esta revista, e a venda nas ruas por ella mantida excede em amis de metade a que algumas obteem.

Não há termo de comparação, naturalmente, entre a extraordinaria vulgarisação popular do Seculo, cuja tiragem média é de 85 mil exemplares diarios, que se espalham de uma a outro extremo do paiz, surgindo até no mais obscuro recanto de provincia afastada, e a Illustração Portugueza com os seus actuaes 24:400 exemplares de tiragem. Estes representam, porém, aproximadamente metade da tiragem do semanario A Voz do Operario, que tem a maior depois da do Seculo, mas cujas condições de publicidade são aliás, especiaes. Em outro sentido, citaremos tambem o Portugal, que, pela sua situação especial de diario catolico, é uma das folhas de Lisboa que figura entre as maiores tiragens de segunda ordem, alcançando a cerca de 10 mil numeros, mas que não possue, por certo, uma venda avulso, que corresponda sequer á quarta parte da da Illustração Portugueza. A nossa revista entrega effectivamente aos vendedores, cada semana, 4:800 exemplares e distribue mais 2:800 pelas tabacarias e kiosques, elevando-se, por consequencia, a sua venda avulso de cada numero, em Lisboa, á totalidade de 7:000 exemplares, bem rara, sem mduvida, entre as outras publicações. No Porto, a venda avulsa da Illustração Portugueza sobre a 3:200 exemplares, e ahi ainda com mais sobeja razão nos podemos, consequentemente, desvanecer com qualquer paralelo a que queiram sujeitar-nos.

Mais de 12 mil exemplares são absorvidos pela assignatura, o que não suppomos que tenha acontecido jámais com qualquer outra revista do nosso paiz.

Desde o começo do seu apparecimento até terminar a primeira série, a Illustração Portugueza conservou uam tiragem média de 6:500 exemplares. Foi em 1906 que o formato do jornal se transformou, para o tornar mais commodo, e que foram introduzidas as restantes modificações que caracterisam a segunda série. A média da tiragem d’esse anno foi de 11:170 exemplares. Deve, comtudo, notar-se que, sob a nova fórma adoptada, no primeiro semestre apenas houve dezoito numeros. No segundo anno, que foi o de 1907, a tiragem média geral foi de 10:885 exemplares, começando desde os seus ultimos mezes a accentuar-se, porém, o constante augmento, que nos conduziu gradualmente á actual tiragem de 24:400 exemplares.

A Illustração franceza, fundada em 1843, tem uma tiragem de 100:000 exemplares, o que em relação aos 36 milhões da população de Franla representa uma proporção de venda de 2:700 numeros por milhão de habitantes. Esta proporção é, para a Illustração Portugueza, de 6:000 números por milhão de habitantes.

Os leitores devem estar naturalmente cançados dos anteriores algarismos e estatisticas, mas não podiamos eximir-nos a fazer esta demonstração expressiva.”

Continua a descrever o processo de impressão da IP, paginação, impressão de provas, conclusão do número e distribuição. Numa máquina especial é feita a impressão das capas, a três cores.

Os vendedores, rapazes, são mais de 300. Os empregados na expedição e distribuição são 30. Entre o pessoal contam-se, sem os redatores, 12 pessoas na tipografia, 13 na fotogravura, 10 nas máquinas. No total são cerca de 100 pessoas a trabalhar na IP.

Refere em seguida os nomes de colaboradores da IP: Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Teófilo Braga, Antero de Quental, Fialho de Almeida, conde de Sabugosa, Luís de Magalhães, Abel Botelho, Júlio Dantas, Eugénio de Castro, Alberto de Oliveira.

A IP, na segunda série, organizou concursos, exposições de arte, concertos e o raid hípico de 1907, primeiro no país.

Anuncia para breve o aumento das páginas da revista, de 32 para 40.

Este novo formato vai dar mais espaço à parte literária, a par da reportagem fotográfica, que passará a incluir os acontecimentos do Brasil. Publicará uma novela original de escritores portugueses e brasileiros, bem como artigos dos mais ilustres autores de Portugal e Brasil.

“De resto, a Illustração Portugueza pretende, com o maior empenho, tornar-se o órgão officioso de uma approximação entre a mentalidade dos dois paizes, tornando conhecida em Portugal, como o merece, a obra valiosissima dos homens de letras brazileiros, entre os quaes figuram talentos da superior envergadura de Coelho Netto Olavo Bilac, Raymundo Correia, Euclydes da Cunha, Machado de Assis, Lucio de Mendonça, Paulo Barreto e tantos outros.”

Como se faz a Ilustração

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Referência bibliográfica

n. id. - "O que é e o que será a Illustração Portugueza" in Illustração Portugueza de 13 de Julho de 1908, nº. 125-2s, p. 38-49 (páginas completas). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3750.



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