Mais um artigo sobre a expedição ao Gerês para procurar a cabra brava do Gerês. A uma semana da expedição, a redação da IP faza agrdecimentos ao Rei D. Manuel, ao Ministro das Obras Públicas, ao Diretor-Geral da Agricultura Alfredo Carlos Le Cocq, ao chefe da repartição dos serviços florestais Ferreira Borges, e ao Conselheiro Calvet de Magalhães. Ainda à Sociedade Propaganda de Portugal, à Direção dos Serviços Geodésicos, às companhias dos caminhos de ferro. Faz mais uma vez referências aos naturalistas que já exploraram, desde o século XVIII, a serra do Gerês, já referidos em artigos anteriores.
Referência ao facto de não estar ainda feita uma decrição geológica do Gerês:
“Sabe-se que essa intumescencia do vasto massiço minhoto não é de formação antiga, mas falta determinar a epoca em que se verificaram as deslocações que lhe produziram o relevo. Não ha por ora provas decisivas da existencia do glaciario, que a apparencia de alguns blocos e certos aspectos das partes mais altas fazem suspeitar. As variedades do granito, as outras rochas que o atravessam em veios, , as inclusões que apresenta de schistos e de gneiss, teem escapado a uma analyse petrographica completa e rigorosa. O martello do mineralogista tem pois indicada uma tarefa laboriosa na acquisição do material para os trabalhos de laboratorio.
Com a publicação do catalogo do professor Julio Henriques (1885) e as herborisações posteriores deve considerar-se a exploração phytologica da serra muito proximo de terminada. (...)
Pelo que respeita á fauna do Gerez, a situação é já, por sua vez, inteiramente diversa. Escasseiam as noticias sobre a população zoologica da serra, especialmente com relação a todas as classes dos Invertebrados.
Dos mammiferos são geralmente conhecidas as grandes especies; mas, da micromammalogia da serra é que pouco ou quase nada se sabe. Os morcegos, (...) os musaranhos, (...) os ratos (...), e os arviolas, (...) não teem sido estudados.
As aves do Gerez figuram já naturalmente nos nossos catalogos ornithologicos.”
Refere a necessidade de estudo das espécies de águias, de amphibios e os répteis.
“”(...) O capitulo erpetologicos é, de resto, o mais bem estudado da fauna gereziana.
Não succede assim, por seu lado, com o capitulo da ichtyologia, sendo bem escassas as noticias que temos a respeito dos peixes que vivem nos rios da serra. De resto, de toda a fauna aquatica do Gerez, comprehendendo os molluscos, os crustaceos, os vermes e os protozoarios, pode dizer-se sem qualquer sombra de exagero que nada se sabe. É esse, por isso, o campo em que podem fazer-se mais interessantes descobertas. Nos invertebrados terrestres está, egualmente, tudo por estudar, havendo apenas algumas especies de coleopteros e de hemipteros classificados pelo fallecido professor Paulino de Oliveira.”

n. id. - "A Grande Excursão Venatoria ao Gerez"
in Illustração Portugueza
de 7 de Setembro de 1908, nº. 133-2s, p. 6p. (páginas completas). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=3764.