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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.440)

Não ha ninguem que não tenha assistido a um pequeno phenomeno metereologico que consiste no seguinte: em quaesquer circumstancias atmosphericas, de vento moderado, e por vezes até em quasi plena calmaria, nas estradas, e quasi sempre no encontro de duas ruas, de repente vê-se erguerem-se as cousas leves espalhadas na terra, folhas seccas, bocados de papel, poeiras, agitarem-se e redemoinharem como que sacudidos por uma força desconhecida.

Depois formam na atmosphera mais ou menos calma uma especie de columna levemente inclinada, no centro da qual esses objectos sobem como que pelo effeito d’uma aspiração. Essa columna desloca-se com movimento continuo em geral bastante lento e atira para longe tudo quanto erguera antes.

É um tufão em miniatura que passa.

(fala do flagelo que isso representa em algumas regiões do planeta. O autor pensa que terão origem nos mares da China, Oceano Indico e mar das Antilhas.

Refere ainda os efeitos que causa em terra, os materiais de casas ou no mar, dando origem a ondas muito altas, e os naufragios consequentes. Os marinheiros ao aperceberem-se de rápidas descidas de barometro, tendem a fugir da zona.)

(...) Estes phenomenos apresentam, felizmente, uma particularidade: as regiões escolhidas são quasi sempre as mesmas e movem-se n’essa trajectoria com uma rapidez relativamente moderada, que póde variar entre 15 e 60 kilometros á hora. Entretanto, como se sabe muito exactamente que o vento que forma o turbilhão, tem uma direcção para o hemispherio norte, inversa á das agulhas, e uma mesma direcção para o hemispherio sul, póde-se, quando se sentem os primeiros prenuncios, saber se se está ou não na região escolhida pelo phenomeno e, portanto, escolher o melhor caminho para a fuga.

*O ponto mais perigoso d’um cyclone, do qual devemos immediatamente affastar-nos é a zona central. É , com effeito na peripheria d’ essa zona que por vezes occupa um espaço de muitos kilometros que o vento sopra com maior violencia e rapidez, attingindo velocidades phantasticas. É egualmente n’esta zona e na sua peripheria que o mar, mais alto em vaga, é mais tormentoso. É pois o centro que apresenta para um navio os maiores perigos e d’esse ponto se deve levantar ferro o mais depressa possivel.

(...)

O conhecimento cada vez mais completo e minucioso das condições em que esses phenomenos se produzem e da forma em que accionam, permitte hoje aos navios evital-os com maior frequencia do que anteriormente e o numero das suas victimas só pode, felizmente, successivamente decrescer.

Deve-se, pois, prestar homenagem á sciencia moderna que soube penetrar os mysterios d’estes terriveis phenomenos.


Referência bibliográfica

[n.d.] - "O que é um tufão - Violencia extraordinaria d’estes phenomenos – os seus terriveis effeitos – a lucta dos elementos" in Diário dos Açores de 8 de Novembro de 1907, nº. 4932, p. 1-2 (col. 6; 1). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=440.



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