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Texto da entrada (ID.443)

Não se trata da descoberta do ar liquido, que já não é muito recente, mas das diversas applicações industriaes que se pretende fazer d’esta substancia, que, segundo parece, está destinada a desempenhar um papel importantissimo na industria.

Referir-nos-hemos hoje particularmente no ar liquido empregado como força motriz que pode attingir proporções quasi illimitadas.

O invento de que se trata é uma machina que produz o ar liquido quasi sem despeza, o que é muito importante. O seu auctor, o americano Carlos E. Tripler, de New-york diz-nos:

“Com quinze litros de ar liquido no motor, consegui fabricar 50 no liquidador. Ha portanto, uma differença de 35 litros com que não fiz despeza alguma, e que posso usar como força motriz”.

(...)

Quando o professor Dawar conseguiu liquifazer o ar, a primeira onça d’este producto importou-lhe em mais de tres mil duros. Mr. Tripler com o seu invento conseguiu fabricar cinco litros por uma peseta. Sabendo-se que um pé cubico de ar liquido contém oitocentos de ar á pressão ordinaria, póde calcular-se a força de expansão que terá.

Causa vertigens o pensar na profunda revolução que tal invento pode trazer.

(nos vapores, locomotivas, baixamento dos preços dos transportes, temperaturas nos paises tropicais podem ser controladas, nos hospitais – tem 3 caracteristicas beneficas: é puro, contém grande proporção de oxigénio e é muito desinfectante; na guerra:)

Crê Tripler que combinando o ar liquido com o algodão, lã, glicerina ou algum outro hydrocarbone, se póde fabricar um explosivo de enorme potencia, que ao contario do que succede com a dynamite e a nitroglicerina, poderá ser manejado sem o menor perigo de que rebente, se bem que se deverá ter muito cuidado de não o approximar do fogo.

Os vasos de guerra não terão, portanto, de ir carregados com polvora e outros preparos explosivos.

Outro aspecto da influencia de Tripler sobre as guerras navaes, será que como o aço fica tão fragil como o vidro e até arde como um papel ao contacto com o ar liquido, bastará um jacto d’este para converter o mais gigantesco couraçado em delicado brinquedo de crianças.

(...) Resta averiguar se são verdadeiras as affirmações de Tripler.


Referência bibliográfica

[n.d.] - "O ar liquido" in Diário dos Açores de 13 de Novembro de 1907, nº. 4936, p. 1 (col. 1-2). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=443.



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