Não são boas noticias que nos chegam sobre peste, ou suspeitas de peste.
Na Madeira fala-se em doenças graves, casos de typho, dizem, recusando-se, pelo que sabemos, um dos principaes hoteis a receber hospedes.
Da mesma sorte, são para desanimar as que veem da ilha Terceira. A percentagem de ratos pestósos, sobe.
Aqui ha, todavia, a considerar que embora novas manifestações occorram em individuos da especie humana, essas manifestações, sendo como é hoje enorme a extincção de ratos n’aquella ilha, não alcançarão a gravidade e dispersão que já tiveram.
Além d’isso foram naturalmente os menos resistentes, mais accessiveis ao ataque de epidemia, que ella victimou ali.
O mesmo não se poderá dizer das ilhas que sejam ainda terreno virgem para a peste e em que a desratização tenha sido nulla, ou pouco menos do que isso, por não ser unanime, ou ser intermitente.
Eis portanto a ilha de S. Miguel assediada. Por fóra o assedio de um mal grave e pertubador. Por dentro a despreoccupação geral que quasi voltou a ser absoluta.
Pois as circunstancias tornam-se-nos feias. O receio de virem a ser perturbadas as nossas relações com o exterior – o que é bem de summa importancia, hoje principalmente – é o que ha de mais perfeitamente fundado.
As colonias de ratos que durante algum tempo pareceram rechassadas, aparecendo nos mattos por effeito d’uma campanha que adquiriu certa actividade, movida pelo temor do perigo proximo, nota-se que voltaram aos seus antigos paradeiros.
Se nem todos fizeram guerra aos ratos, e, pelo contrario, foi muito individual em logar de colectivo esse combate, é de razão dizer se que ficaram inutilisado muito tempo, muito esforço e dinheiro até agora gastos.
(...) nos foi enviado o forno Clayton, que é um formidavel preservativo contra a entrada de ratos empestados.
(...)
Falou-se que seria installado n’um armazem da doca, fazendo-se d’este um posto maritimo; depois ouvimos que se pretende installal-o em uma barcaça.
O que nos não parece proprio, como é facil de perceber, é a demora na hesitação.
A desratisação das mercadorias pode ser a nossa indemnidade.
O exterminio do rato desde o porto até o cabo da ilha é o supremo conselho do distincto pestologo dr. Sousa Junior que ha pouco nos visitou.