Um telegramma de Paris communicou que o professor H. Vicent membro da Academia de medicina, vae procedera experiencias em seres humanos com uma vaccina preventiva anti thypica.

O dr. H. Vicent, que desde ha muito procurava uma vaccina tão activa e poderosa como inoffensiva contra a febre typhoide, crê tel-a descoberto, após innumeras experiencias sobre animaes e depois de ter experimentado os processos mais variados de vaccinação, abandonado uns methodos e aperfeiçoado outros.

As vaccinas que se mostraram mais activas foram os bacillos mortos pelo calor a 55 graus  e os bacillos macerados na agua phisiologica durante vinte e quatro horas  e esterelisados em seguida pelo ether ou pelo chloroformio.

-Com qualquer das vaccinas empregadas, diz o professor Vicent, foram precisas tres inoculações para assegurar a immunidade.

A vaccina viva, a mais activa nos animaes, não póde se empregada sem perigo no homem; a vaccina proveniente dos bacillos mortos pelo calor, vaccina encontrada por Pfeiffer et Kolle, Wright, Leischmann, etc., deram bons resultados  em soldados inglezes e allemães enviados às colonias, mas determinam dôres locaes muito vivas e febre, que tem impedido até aqui um largo emprego.

A vaccina que o professor Vicent propõe, obtida pela maceração dos microbios typhicos, mostrou nas experiencias um grande poder protector. Contendo extractos de bacillos vivos, isto é, dispondo de qualidades biologicas normaes, não attenuadas pelo calor, esta vaccina participa, segundo o dr. Vicent, das qualidades da vaccina por bacillos vivos sem ter os seus inconvenientes. É, pois, a injecção de bacillos vivos macerados o methodo de vaccinação anti-typhica que o professor Vicent acha mais recommendavel para o emprego no homem.