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Texto da entrada (ID.666)

Passou o grande momento sensacional para o publico. Não passou porém, para a sciencia a sensação com que ella está acompanhando o cometa de Halley na sua trajectoria.

Entregues a um prazer todo celeste, no dizer de Flammarion, estão n’este momento enriquecendo a sciencia astronomica, com os seus estudos a que este astro tão especialmente se prestou agóra, em todos os observatorios do mundo, os astronomos e as expedições de homens de sciencia que foram organisadas na Inglaterra e nos Estados unidos.

Estas expedições tiveram por fim especial observar o nucleo de cometa durante o eclipse do Sol que devia ser total nas regiões antarticas e em parte da Australia. No nosso hemispherio nenhum  phenomeno, que saibamos, perceptivel do vulgo, se notou. E quanto aos receios que tanto apavoraram, bem vê agora o publico como era verdade o que diziam as conferencias realisadas em varias cidades, e as opiniões como aquellas que tivemos occasião de aqui publicar, absolutamente tranquilisadoras.

Não tarda o cometa de novo a ser visto. Agora será para o poente, depois do sol posto. Poderá ser admirado em toda a sua belleza, por isso que está ainda muito perto de nós.

É hoje que elle chega á sua minima distancia da Terra: a 23 milhões de kilometros.

Sobre o astro estão assestadas as mais potentes lentes que até hoje tem o homem podido inventar. E se fóra dos observatorios pouca importancia pôde ter o phenomeno da passagem do cometa de Halley, nos observatorios devem ter sido consideraveis os resultados, por interessantes e fecundos para a theorisação cometaria.

Foi depois de Arago, já no segundo quartel do seculo findo, que os modernos melhoramentos têm aperfeiçoado os instrumentos de observação. E assim os pontos obscuros no conhecimento d’estes corpos celestes, devem ter recebido agora grande luz, quer com relação á variabilidade das caudas, e sua inoffensibilidade, quer em relação á materia de que é constituido o nucleo, sobre que se tem conservado ainda muito hesitante a opinião dos sabios.

Podendo ter soffrido o cometa qualquer desvio apoz a sua conjuncção com Venus, ou ainda por qualquer outra hypothese, é possivel que a cauda não se tenha encontrado com a terra. Não era porem o que a sciencia desejava, porque assim ficarão prejudicadas, por incompletas as observações que tentava realisar sobre a inocuidade dos seus gazes.


Referência bibliográfica

[n.d.] - "O cometa" in Diário dos Açores de 20 de Maio de 1910, nº. 5669, p. 2 (col. 3). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=666.



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Astronomia

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