Texto da entrada (ID.697)
Communicaram de Paris, em data de 21 de maio:
“Os astronomos do observatorio de Yekes ficaram hontem grandemente surprehendidos ao vêrem que por diante do sol atravessa um immenso espectro luminoso.
O professor Prost, que examinou o phenomeno, crê que possa ter relação com o cometa de Halley.
Em Chimny (Belgica) foram vistas hontem algumas luminosidades que giravam vertiginosamente em frente do disco solar. O phenomeno começou às 4.35 e terminou ao pôr do sol. Ás 6,15 estava em todo o seu apogeu.
Em Berlim pôde hontem vêr-se o cometa com o grande equatorial do Observatorio Real.
Em Trepton viu-se tambem entre as oito e as nove horas da noite, mas debilmente.
Os astronomos de Breslau affirmam ter-se contemplado desde as doze e um quarto da noite e de 20 até á uma hora e 20 da madrugada, e dizem que a cauda tinha uma longitude de 145 a 150 graus entre a constellação de Thalloa e a Ursa Maior, ao norte, e Person e Virgem ao sul.
O director do Observatorio de Heidelberg pensa que a terra atravessou a cauda e viu uma prova d’isso na distribuição anormal dos esplendores crepusculares e na particular incandescencia que apresentavam os anneis que os astronomos denominem de Bishop e que poderam ver-se em torno da lua e do sol com auxilio de oculos potentes.
O Observatorio de Pala (Austria) comprovou a travessia da cauda pelas perturbações magneticas registradas desde o meio dia de 18 até ás oito horas da noite de 19.
Referência bibliográfica
[n.d.] - "O cometa"
in Diário dos Açores
de 20 de Junho de 1910, nº. 5693, p. 1 (col. 5). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=697.
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