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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.705)

Com o fim de permittir aos physiologistas uma determinação verdadeiramente scientifica dos effeitos toxicos causados pelo fumo do tabaco no organismo humano, milhares de animaes téem soffrido e morrido nos laboratorios, victimas de injecções intravenosas de nicotina. No emtanto, chegou se finalmente a comprehender que o supplicio d’elles tem sido perfeitamente inutil, visto que tem fornecido bases de um raciocinio falso, pois os fumadores não costumam fazer penetrar por meio de injecção na sua torrente circulatoria os productos nocivos resultantes da combustão do tabaco.

Posto isto, dois analystas francezes, Flaig e de Visne, procederam de modo muito mais logico com animaes de experiencia, nos quaes introduziram fumo, ora nos pulmões ora no estomago, ora sómente na bôcca. E assim realisaram successivamente os tres casos do fumador que respira o fumo, que o engole e que o repelle depois de o ter deixado estar por alguns momentos em contacto com a muccosa buccal. Serviram se, para isso, de tabaco ordinario, de Maryland e de tabaco sem nicotina.

Nos primeiros dois casos, a respiração accelerou-se, tornou se mais ampla e depois, lentamente, regressou à normalidade; o coração, ao contrario, afrouxou em proporções consideraveis, depois bateu apressadamente e, ao cabo de um certo tempo, retomou o seu funccionamento normal; no rim observaram ao mesmo tempo uma vasocontracção brusca, depois uma vaso-dilatação, ao passo que no cerebro se passava exactamente o contrario. Com o fumo não engolido e com o tabaco brando, os phenomenos foram muito menos intensos.

Fleig e de Visme estabeleceram assim que o fumo de tabaco póde ter sobre todos os orgãos da vida vegetativa uma influencia nefasta.

Os que não fumam certamente folgarão com esta noticia; os fumadores, porém, responderão que do abuso do tabaco ao seu uso moderado vae uma grande distancia.


Referência bibliográfica

Syll - "Impressões e notas - Os effeitos do fumo do tabaco" in Diário dos Açores de 2 de Julho de 1910, nº. 5702, p. 1 (col. 2-3). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=705.



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