Texto da entrada (ID.832)
Reproduzimos de “Portugal M. e Açores”:
“Referimo-nos no nosso ultimo numero á epidemia que ultimamente se manifestou na ilha da Madeira, a qual a principio se disse ser a colera morbus e noticias posteriores d’ali affirmavam que a analyse bacteriologica provara tratar-se de gastro enterite infecto contagiosa e não d’aquelle terrivel mal.
Infelizmente o que está provado é que é o colera asiatico que ali se desenvolveu e que já fez grande numero de victimas.
(os casos já vão em 181 casos, com 57 obitos)
O sr. dr. Antonio José de Almeida accrescentou que pelo seu ministerio foram logo tomadas providencias, enviando um medico bacteriologista, um analysta, enfermeiros e enfermeiras e todo o material necessario para combater a epidemia e que nos portos portuguezes foram tomadas immediatas precauções, sendo os passageiros do Funchal só recebidos em Lisboa, onde se submettem a quarentena durante tres dias no Lazareto, seguidos de sete dias de revisão medica.
A Inspecção Geral de Serviços Sanitarios, enviará semanalmente ao ministerio dos estrangeiros a nota dos casos occorridos e aquele ministerio fez logo a communicação a todas as legações acreditadas em Lisboa, para os effeitos da convenção de Paris.
Pelo paquete “Insulano” que sae no dia 8 do Tejo, vão para a Madeira novos reforços para o combate da epidemia e entre elles uma grande locomovel systema Hartman, que fornece 500 litros de agua esterilisada por hora.
(as ultimas noticias dizem que a doença se encontra estacionaria. Os casos dentro da cidade são cada vez mais raros, o que se deve às medidas de profilaxia das autoridades e dos particulares. A camara municipal tem abastecido a cidade com águas que sejam reconhecidas puras e outras esterilizadas pelo calor. As ruas e pontos insalubres tem sido regadas diariamenre com soluções desinfectantes, o que se aplicará também a igrejas, escolas e casas de caridade. Os delegados de saude e auxiliares tem feito visitas domiciliarias, estabelecimentos de generos alimentares, e as casas de penhores estão proibidas de aceitarem roupas.
A vacina contra a colera, assim como o soro anticolerico, vieram do Instituto de Berne.
A empresa Nacional de Navegação foi dispensada de prestar serviço ao Funchal, o que irritou algumas pessoas que desejavam sair/fugir da Madeira.
Referência bibliográfica
[n.d.] - "Epidemia na ilha da Madeira"
in Diário dos Açores
de 12 de Dezembro de 1910, nº. 5838, p. 2 (col. 3-5). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=832.
Detalhes
Nome do Jornal
Mostrar detalhes do Jornal
Data da Fundação
Nome do Fundador
Nome do Director
Nome do Redactor
Nome do Administrador
Bibliografia
Número
Título(s) do Artigo
Título
Género de Artigo
Opinião
Tema
Palavras Chave
Notícia