A antiguidade introduziu os vulcões dentro do cyclo fatal das tradicções mythologicas. Os velhos deuses d’ outrora tinham o seu poderio e o seu dominio extendido muito para alem da massa em fusão dos geologos modernos. (...)

A escola geologica mais antiga considerava os vulcões como o resultado d’um incendio grandioso produzido pelas camadas hulhiferas e outras substancias combustiveis subterraneas.

O Plutonismo, depois, veiu dar-lhes uma significação mais importante e distincta, collocando-os na ordem dos phenomenos naturaes.

A formação dos vulcões, segundo a theoria mais provavel, é devida ao fogo central , que põe em fusão, no interior da terra, uma grande quantidade de matérias.

A terra saindo do seio difuso da immensa nebulosa que lhe deu origem, e abandonada a si mesma no espaço, foi solidificando gradualmente, por effeito d’esfriamento, a sua crusta exterior, ao passo que, tambem, pelo mesmo effeito, conservava incandescentes os materiaes constitutivos do seu nucleo central. Nesse periodo remoto de formação, o globo estava cercado por atmospheras immensas de vapores, os quaes, por via de condensação, deram origem aos mares que o cobriam já numa grande parte. O peso dessa grande massa liquida actuando sobre as diferentes materias inflammadas e comprimindo no fundo dos mares as lavas em fusão, fez com que ellas irrompessem nas costas, formando, assim essas aberturas enormes a que nós chamamos vulcões.

Outros geologos, porém, registam perfuntoriamente esta hypothese, considerando o arrefecimento continuo da terra como causa do phenomeno.

Poulet Scroup, Hopkins, Stervy Hunt e outros eminentes geologos estabeleceram ultimamente a hypothese de que “entre a superficie e o centro solidificado da Terra existe uma camada intermediaria de rochas em estado de fusão aquosa, que dá origem às lavas.