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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.871)

O “Petit Journal” publica o seguinte artigo eminentemente curioso, firmado pelo abade Th. Morewe, director do Observatorio de Bourges:

(...) os melhores modelos de dirigiveis alemães são constituidos por globos cilindricos, dum comprimento de 150 metros e um diametro de 12 aproximadamente; a sua velocidade de propulsão acha-se compreendida entre 50 a 70 kilometros por hora quando o tempo está sereno, e o conjunto da maquina possue uma potencia ascencional de 5.000 kilogramas.

Mas esse peso de cinco toneladas que um “Zepelin” pode elevar, está longe de ser a representação da carga utilisavel. Para a sua marcha necessita-se combustivel (petroleo para os motores), tripulação, agua para os radiadores, metrelhadoras para a defesa e munições. Assim, um “Zepelin” que tenha de realisar uma travessia de dez horas – trata-se de maximo – só pode carregar prudentemente 1.000 kilos. E como uma bomba de alguma eficacia pesa em termo medio 50 kilos, resulta que um “Zepelin” não pode transportar mais que uns vinte projecteis deste genero.

O bombardeamento menos intenso exige o emprego de mil bombas, pelo menos, e por conseguinte, um só “Zepelin” não poderia produzir um efeito estrategico de verdadeira utilidade.

(...)

Nas nossas regiões, a 300 metros de altura, atinge o vento uma velocidade média de 8,70 metros por segundo, ou seja um pouco mais de 30 kilometros por hora. Essa velocidade aumenta com a altura e não é exagerada a afirmação de que entre 1000 e 1500 metros acima do solo, região onde geralmente evolucionam os “Zepelins”, tem o vento uma velocidade media de 10 a 14 metros por segundo, isto é de 43 a 50 kilometros por hora. Um “Zepelin” que avance contra o vento, ha de lutar, por conseguinte, contra uma pressão de 2.200 kilogramas.

Observe-se que expomos um caso normal. Em circunstancias tais, o dirigivel, combatido pela corrente, não pode avançar mais que á razão de 20 a 25 kilometros por hora, que é a marcha dum comboio de mercadorias; um “Zepelin” procedente de Tréves só chegaria a Paris ao cabo de doze horas como minimo.

(os londrinos podem ficar descansados que os zepelins não chegarão aí tão cedo...)


Referência bibliográfica

[n.d.] - "A conflagração europeia - A eficacia dos Zepelins" in Diário dos Açores de 24 de Fevereiro de 1915, nº. 7065, p. 1-2 (col. 4-5; 1). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=871.



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