Texto da entrada (ID.900)
Pelas declarações de varios militares convalescentes, chegados a Paris do campo de operações onde os alemães começaram a empregar, na tarde de 22 de abril, os famosos “gazes asfixiantes”, de que nos falaram os telegramas, possue já a imprensa francesa alguns esclarecimentos sobre o assunto, ácerca do qual as estações oficiais são avaras de pormenores.
Ás cinco horas, os alemães esboçaram um ataque ás trincheiras anglo-francesas e, nesse mesmo momento, produziu-se um facto que causou grande surpreza entre os aliados.
A uns 20 metros da primeira linha das trincheiras inimigas, e de uns furos de pequeno diametro que os alemães tinham praticado no solo, havendo neles introduzido uns tubos cilindricos, ao que parece metalicos, brotaram repentinamente umas chamas vermelhas que atingiram cerca de 12 metros de altura. Essas chamas produziram uma fumarada espessa, de cor verde-alaranjada, que era impelida pelo vento para as trincheiras dos aliados e foi progressivamente aumentando de intensidade, a tal ponto que, dentro em pouco, formava uma cortina desde o solo até 15 metros de altura, numa extensão de tres kilometros.
A esse tempo, os alemães tinham-se retirado para as suas trincheiras de segunda linha, donde, num dado momento, sairam a passo de carga, tomando assim as trincheiras dos aliados, dos quais uns, na maior parte canadianos, jaziam mortos, outros meio asfixiados e os restantes tinham fugido a toda a pressa.
Contam os sobreviventes desse desastre que identicos gazes foram tambem produzidos por uns foguetes de nova especie que os alemães deitaram na mesma ocasião e que, elevando-se apenas uns 20 metros, caiam no solo sem fazer explosão mas deixando escapar a mesma fumarada, que tinha um cheiro a cloro e produzia um insuportavel pigarro, além de fazerem lagrimejar abundantemente.
O mais curioso, e até agora incompreensível, é que os alemães, uma vez chegada a fumarada ao seu maximo de intensidade, a atravessaram no ataque das trincheiras dos aliados, sem denotarem o mais ligeiro incomodo.
Referência bibliográfica
[n.d.] - "A conflagração europêa - Como os alemães empregaram os gazes asfixiantes"
in Diário dos Açores
de 21 de Maio de 1915, nº. 7132, p. 1 (col. 6). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=900.
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