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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.903)

Os jornais chegados do estrangeiro publicam informações de testemunhas oculares, confirmando que os alemães projétam, em granadas, vapores asfixiantes das suas trincheiras para as linhas dos aliados.

Estes haviam notado que alguma coisa de anormal se passava por detraz dos parapeitos das trincheiras inimigas, nas quais haviam sido praticadas varias aberturas.

“Os alemães, diz um despacho de Paris, esperavam um vento favoravel que arrastasse para nós esses vapores contidos sob pressão em depositos especiais. Nesse momento os nossos soldados viram com estupefáção uma densa nuvem escura adeantar-se para eles, emquanto que, aproveitando a sua perturbação momentanea, os alemães saíam das trincheiras protegidos pelo fogo da sua artilharia.

Os primeiros soldados que assomavam, traziam a cara tapada que lhes permitia atravessar sem perigo a zona infestada.

Sabe-se que o emprego de similhantes manobras são terminantemente proibidas pela convenção de Haia, retificada pelo governo de Berlim e de Viena.

Todos os jornais protestam energicamente contra este crime abominavel que, como declara o “Temps”, foi friamente premeditado e executado com todos os recursos da ciencia alemã.

Esse crime será, por outro lado, inutil e demonstra simplesmente que os alemães, desesperando de vencer, perdem a diréção moral dos seus actos e resignam se a perder tudo, até a honra.”

O “Herald” diz o seguinte:

“Fez o seu aparecimento oficial nas trincheiras o projétil asfixiante. Já se esperava. Os alemães, que sentem pouco entusiasmo pela arma branca, tentam todos os meios de se bater a larga distancia. Depois das camaras de benzol inflamaveis, depois das bombas de vitriolo, vieram as granadas mal cheirosas. Isto não está de acordo com o carater francez, que se não serviu nem serve desses meios, mas devemos empregal-os de futuro, lançar mão desses recursos.

Deste modo, a guerra moderna terá um aspéto estranho: os granadeiros lutarão a golpes de sulfidrato. É de esperar que nós nos sirvamos desse gaz tão especial que se chama “gaz hilariante”, que é, segundo alguns, o protoxido azotico. Este produto tem a propriedade de provocar um riso nervoso, mecanico. Deste modo, em vez de empestar o inimigo, dar-lhe-emos uma morte alegre. Fal-o-emos morrer a rir.

Igualmente se podiam experimentar meios para produzir espirros violentos e continuados. O espétaculo que oferecesse um exercito imobilisado pleos espirros não seria uma coisa banal.

Tudo isto desfigura a guerra, a guerra em que se mostra o valor e o sacrificio , que é o que fazem os aliados. Um solido valor vale mais na guerra que todos os produtos quimicos do mundo, como um pão alvo mais que todos os pães elaborados com fecula.”


Referência bibliográfica

[n.d.] - "A conflagração europêa - Os gazes asfixiantes" in Diário dos Açores de 7 de Junho de 1915, nº. 7144, p. 1 (col. 5). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=903.



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