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Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.952)

Impressionados pela espantosa mortalidade dos recemnascidos submetidos a uma amamentação mal entendida, ou uma alimentação prematura, e pensando que em muitos casos eram dispensaveis as amas mercenarias, alguns membros da municipalidade de Paris conseguiram ha anos estabelecer uma casa modelo de amamentação. É a propósito dos resultados obtidos durante dezoite mezes n’esta casa que um medico distinto, n’um relatorio, nos diz, mais ou menos, o seguinte:

No principio e segundo a pratica constante, havia no estabulo do estabelecimento muitas cabras e uma só jumenta. A experiencia, porém, mostrou em breve que essa proporção devia ser alterada, e agora só ali existem jumentas.

O leite de burra apresenta, com efeito, vantagens muito superiores ás dos outros animaes, pelo menos nas primeiras seis a oito semanas de vida. Deve essa superioridade á sua constituição chimica, que o separa patentemente do leite dos ruminantes, ao passo que o aproxima muito do das mulheres.

Na terapeutica infantil presta ele todos os dias serviços preciosos. No caso de perturbações digestivas, basta substituil-o ao leite de vaca, algumas vezes até ao da ama, para ver desaparecer aqueles repentinamente; contenta-se com o mais reles alimento, a forragem mais pobre, a herva e o feno que a vaca engeita. A cabra, pelo contrário, é um animal delicado, que exige ar, espaço e uma comida variada, que lhe não pode ser dada n’uma grande cidade.

Em presença dos felizes resultados obtidos por tal modo de alimentação, o citado facultativo lembra a vantagem de possuirem todos os estabelecimentos hospitaleiros, destinados a aceitar recemnascidos, uma repartição de amamentação, onde se mantenham jumentas e cabras na proporção devida, podendo o leite das ultimas servir para alimentação das creanças de tres mezes e mais.

É tambem aconselhado acabar com os bules de amamentação, ministrando o leite por copos, ou, melhor, por colheres.


Referência bibliográfica

[n.d.] - "O leite de burra" in Diário dos Açores de 10 de Setembro de 1915, nº. 7223, p. 2 (col. 5-6). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=952.



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