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Foi, pois, com agradavel surpresa que vimos o trabalho do snr. Dr. Oliveira Luzes, publicado na “Medicina Contemporanea” que, dada a importancia do assunto, reuniu n’um só os nºs de 1 e 8 de Agosto, dedicando-os exclusivamente ás aguas mineraes portuguesas.

E tanto mais agradavel surpresa quanto n’esse estudo vemos referencias ás nossas aguas das Furnas e os resultados das recentes análises feitas pelo snr. Prof. Charles Lepierre.

Das aguas portuguesas nem só os portugueses se têm ocupado.

Varios estrangeiros que por cá têm viajado ou residido – alguma coisa a respeito d’elas têm escrito. (o artigo da Medicina Contemporanea não é transcrito, mas o autor do artigo indica que são apresentadas novas especies que não existiam no livro do dr. Alfredo Luiz Lopes (1892). A primeira publicação portuguesa sobre aguas data de 1726. O estudo de Oliveira Luzes não se limitou a apresentar, em conjunto, notas e analises das termas e aguas minerais portuguesas, comparou a hidrologia portuguesa com a estrangeira, e que serviço pode prestar à saude, tal como em França, na Alemanha, Suiça, etc.

O hospital das Furnas data de 1832, mas só 10 anos mais tarde é que começaram as observações clinicas regulares dos doentes. Em 1806 tinha sido realisada a primeira análise das aguas por Mousinho de Albuquerque e Inacio Pita. Dividiam-se as aguas das furnas em salinas quentes(I) e acidulas frias (II). As do tipo I eram semelhantes às de Plombieres, Bains, Luxeuil, Bourbon-Lancy, Chaudes-Aigues, Bagneres-Ador, Neris, e as do tipo II ás de Seltz, Pougues, Chalteldon.

As analises realisadas em 1872 pelo quimico francês Fouqué não deram, na opinião do dr. Mont’Alverne de Sequeira, mais elucidações aos clinicos, apesar de mais completas que as de Mousinho e Pita.

As analises recentes de Charles Lepierre, a que desde o principio nos vimos referindo, confirmam plenamente a equivalencia com as aguas estrangeiras, prevista pelo dr. Filomeno da Camara.

Segue-se de seguida a análise de nascentes açoreanas, e suas comparações com aguas de Portugal continental e da Europa.)

P. Delgada, setembro.