Base de Dados CIUHCT

Divulgação Científica em Jornais



Texto da entrada (ID.967)

Num estudo historico e critico sobre a “Evolução dos processos relativos á separação do ar atmosferico dos seus elementos, o oxigenio e o azote M. Raul Pictet, um fisico muito distinto, deu a conhecer um metodo novo, por meio do qual podem extrair-se o oxigenio e o azote; é o metodo da dissolução oposto ao da rectificação.

Em vez de liquifazer o ar para extrair do ar liquido o azote duma parte e o oxigenio doutra, se bem que os dois impuros, M. Pictet faz passar o ar atmosferico ao estado de azote liquido, dissolvendo o oxigenio. O azote liquido desempenha o papel de esponja, que cede em seguida o seu oxigenio puro, sob a influencia dum tratamento apropriado.

O cavalo hora produz na fórma proposta por M. Pictet, 11 metros cubicos de azote e 3 metros cubicos de oxigenio, a muito baixo preço.

Se os ensaios de carater industrial que se estão realisando dão bom resultado, o azote, base da grande parte da industria quimica e dos adubos para a agricultura, poder-se-á obter a preços económicos.

Muitos dos compostos de azote são, por outro lado formidaveis explosivos. O ferro torna-se inoxidavel desde que se proteja com azote, e o mesmo sucede ao aço, ao cobre e ao chumbo! Isto dá ideia da importancia que póde ter a aplicação do azote na metalurgica.

M. Pictet assegura que tambem desempenha o azote um grande papel na purificação do ferro e do aço fundido. Na extinção dos incendios, o azote pode prestar grandes serviços, pois ante ele detem-se a chama. Não se poderão, alem disso, impregnar os objectos combustiveis de um banho de azote, que os ponha ao abrigo do incendio?

O azote pode servir para a conservação das substancias alimenticias e, sobretudo para a agricultura, fazendo com que as terras aumentem consideravelmente a sua produção.

M. Pictet observa que um composto de azote (a fulgurite) é de tanto poder como a nitroglicerina, e que aquele pode utilizar-se na navegação aerea.

O eminente fisico sustenta que intercalando pequenos globos (“balonetes”) de azote entre o hidrogeneo dos aerostatos e a atmosfera, evitar-se-á o grave perigo de incendio e as perdas possam sofrer daquele gaz. Quando isto se consiga dum modo pratico, em grande, o homem poderá assegurar que é senhor do ar.

M. Pictet é de opinião que um dirigivel construido em tais condições, sem perigo de incendio e sem receio de sofrer perdas de hidrogeneo, poderá cruzar o Atlantico em dois dias.

O azote está destinado, pois, a realisar uma verdadeira revolução na navegação aérea, no fabrico de explosivos, na agricultura, na conservação de substancias alimenticias, no tratamento dos ferros, aços, cobres, chumbo e ser industria quimica em geral.


Referência bibliográfica

[n.d.] - "O azote" in Diário dos Açores de 15 de Outubro de 1915, nº. 7252, p. 2 (col. 5-6). Disponível em linha em http://bd-divulgacaocientificaemjornais.ciuhct.org/entrada.php?id=967.



Detalhes


Nome do Jornal


Mostrar detalhes do Jornal

Número

Ano Mês Dia Semana


Título(s) do Artigo


Título

Género de Artigo
Adaptação Internacional

Nome do Autor Tipo de Autor


Página(s) Localização do Artigo na(s) página(s)


Tema
Ciências da Natureza

Palavras Chave


Notícia